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quinta-feira, 31 de julho de 2014

CHARGE ÍNDIOS ALDEIA MARACANÃ

ÍNDIOS ENTRAM NO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA


Organizada por uma belga, a abertura da Copa do Mundo tentou consagrar o clichê do índio feliz e respeitado. (o que definitivamente, não acontece no Brasil)
Remando em uma canoa, homenageado e aplaudido, o índio mostrado na solenidade não vive a mesma realidade dos grupos indígenas da antiga Aldeia Maracanã.




                                                                                     Foto: Reprodução

 

Após sua remoção forçada, do Museu do Índio, índios de diferentes etnias foram levados para um abrigo improvisado em contêineres em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. 

Segundo o Cacique Tucano, que faz parte do grupo que está no local, o governo incluiu os moradores do abrigo no programa Minha Casa, Minha Vida.

"O governo prometeu criar uma nova aldeia, mas não teve tempo hábil. Agora conseguimos [ser incluídos] no Minha Casa, Minha Vida. Acredito que até agosto vamos para as casas”, Diz o Cacique.


Apartamento do Minha Casa Minha Vida é pente e espelho do governo. É isso que dão para os indígenas há 514 anos. O que a gente quer é a universidade indígena, não só no prédio, mas no terreno de 14,3 mil metros do antigo museu, com uma administração pensada e gerida por indígenas”, argumentou o líder Urutau Guajajara, que participava da ocupação. 

Em uma universidade, cabem muitos centros culturais, mas, em um centro cultural, não cabe uma universidade”.


De acordo com o decreto, a área deveria ser destinada à criação de um “Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas/Universidade Indígena, para o desenvolvimento de atividades culturais’’.

A criação de um centro cultural na área foi feita por decreto do então governador do Rio Sérgio Cabral publicado em dezembro de 2013, logo depois de mais uma reintegração de posse feita pela polícia no local.

Os índios que aceitaram o acordo com o governo dizem que a secretaria estadual prometeu que eles participariam da gestão e que o espaço seria entregue em abril de 2016. (é esperar pra ver)




ENTENDA O CASO:


Em 2012, o governo do Estado anunciou a demolição do prédio do antigo Museu do índio.
A propriedade, que fica nas imediações da Aldeia Maracanã, ocupa uma área de cerca de mil e seiscentos metros quadrados e, na época, já contabilizava 34 anos de INATIVIDADE.
A decisão de Cabral foi anunciada visando à construção de um estacionamento para a Copa do Mundo de 2014.


 
                                                                                  Foto: Reprodução


Na época, a Fifa chegou a desmentir que a demolição do prédio fosse uma exigência para a realização do evento.
No terreno, viviam índios de diferentes etnias. 
Com a medida, eles foram expulsos do terreno com força policial. O grupo ofereceu resistência à remoção e fez protestos por toda a cidade. 

Ativistas pediram à Organização das Nações Unidas que investigasse possíveis abusos da força policial e violência, devido ao uso de balas de borracha e spray de pimenta.



                                                                                        Foto Reprodução


Contudo, o estacionamento foi construído no Estádio de Atletismo Célio de Barros, único local adequado no Rio de Janeiro para o treinamento de todas as modalidades de atletismo das Olimpíadas de 2016.
O Estádio foi fechado em janeiro de 2013, sem aviso prévio aos atletas e treinadores.

Para a Copa das Confederações, a pista foi asfaltada, deixando esportistas brasileiros sem lugar apropriado para treinar desde então. O desfecho não agradou a maioria dos índios. 



                                                                                  Foto: Reprodução


Uma parte do grupo decidiu não resistir ao Batalhão de Choque e foi removida para o Hotel Acolhedor Santana 2, no Centro, e depois para um alojamento construído pelo Estado em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. 

Os que foram removidos forçadamente também foram levados para o novo abrigo.

O local onde foram construídos os alojamentos abriga a antiga colônia de Curupaiti, destinada aos portadores de hanseníase. 



                                                                                    Foto: Reprodução


Na época da instauração do novo abrigo para índios, o terreno era ocupado por cerca de 2 mil pessoas, sendo 250 hansenianos. Segundo o governo, a medida seria provisória, mas o grupo está no local desde o dia 22 de março de 2013.

Além do bairro da Zona Oeste, eles tinham a opção de escolher um espaço em Bonsucesso ou ao lado do galpão da empreiteira Odebrecht, na Avenida Visconde de Niterói.
Os alojamentos para residência temporária contam com beliches, contêiner cozinha e contêiner banheiro, sendo um feminino e um masculino.




SAIBA UM POUCO SOBRE ALGUNS ÍNDIOS:


A educadora, escritora e artista plástica Vângri Kaingáng, autora de quatro livros infanto-juvenis, ela se divide entre a vontade de voltar para a aldeia e a de continuar no Rio:
Por mim, eu ficava lá com o meu filho, mas aqui está a minha luta para a divulgação da nossa cultura.
Eu dediquei anos da minha vida só para isso
”. 



                                 Vângri Kaingáng, educadora, escritora e artísta plástica



Um dos seus sonhos é ajudar a desmistificar a imagem dos povos indígenas: “As pessoas não aceitam que o índio pode ser articulado e falar melhor do que elas. 

Não aceitam que ele possa ter um bom padrão de vida e continuar sendo índio. Quinhentos anos depois, ainda acham que só temos que ficar na mata pelados. Quando me perguntam se sou índia mesmo, respondo na minha língua”.



                     Índio Pacarí Pataxó, Ex-residente da Aldeia Maracanã


Ganhando a vida vendendo instrumentos de sopro – uma mistura de flauta e apito de bambu – por R$ 5 ou R$ 10, Pacari Pataxó, de 31 anos, planeja terminar o ensino médio agora que vai voltar a morar perto do centro. 

O objetivo é cursar engenharia florestal e voltar para a sua aldeia, que fica no Parque Nacional Monte Pascoal, primeira faixa de terra avistada pelos portugueses quando chegaram à América.

Antes, havia a ideia de que os índios brigavam muito. Aqui mostramos que é possível a união, e que a briga tem que ser por demarcações, pela nossa cultura, por saúde e educação nas aldeias”. Diz Pacari.





Segue a charge que fiz sobre o tema:




Precisamos valorizar e cultivar as nossas tradições e a Cultura do Brasil.

Só assim seremos um País Soberano e Justo !





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